
“A Onda” – ou, originalmente, Die Welle – pode ser inicialmente entendida como um típico filme para adolescentes, em que os romances, as festas e as preocupações naturais da idade estão presentes, mas vai muito para além disso. Contém uma importante mensagem política, alertando-nos para a possibilidade de surgirem novos movimentos autocráticos, isto é, governos ditatoriais em que os dirigentes detêm o poder e controlo absoluto na nação, tal como a era de Hitler ou de Estaline.
Os jovens cuja vida parece não ter um significado nem um propósito sentem-se unidos por um objectivo comum quando o professor Rainer Wenger decide leccionar de forma diferente do método convencional, criando um movimento – que passaria a chamar-se “A Onda” – com o objectivo de demonstrar activamente como se constrói uma ditadura e quais os requisitos necessários e as suas características.
Embora no início os alunos tenham prontamente replicado que uma Alemanha Nazi nunca se poderia repetir dada toda a informação existente na actualidade, no decorrer do filme são os próprios alunos a evoluir para um movimento ditatorial que ultrapassa em tudo a sala de aula e o conhecimento do professor, pois começam a sentir que fazem parte de algo maior e mais unido, o que lhes dá confiança e a sensação de poder. Adoptam então por criar um símbolo, um cumprimento padrão e um estilo único para os membros do movimento, começando a excluir todos os que não pertencem àquela ideologia, sem sequer se aperceberem das implicações dos teus actos, de tão absortos que estão em submergir toda a Alemanha com a sua onda.
Assim, ao revelar uma geração de jovens que não tem nada para acreditar ou pelo qual há-de lutar, senão contra o sentimento de solidão, de infelicidade e a sensação de que são inúteis e de que não pertencem àquele país cuja carga histórica é enorme, compreende-se os ingredientes de que são feitas as grandes revoluções. Quando o Homem está infeliz, desorientado, descontente com toda a sua vida, procura a segurança de que existe algo melhor no futuro; procura um líder, procura controlo e certezas. Numa época em que tudo já foi inventado e a perspectiva de emprego não é risonha, os adolescentes lidam não só com os problemas hormonais e parentais, mas também com os problemas que a geração passada colocou nos seus ombros. Tudo isto contribui para a proliferação do sentimento de revolta e da necessidade de crer em algo superior, alguém que lhes diga o que fazer.
Tal como os jovens procuraram no professor um líder que lhes desse algo no qual pudessem acreditar e pelo qual pudessem lutar, existem em todo o planeta povos que precisam de voltar a sentir esperança de novo. Mas será que esses povos terão a consciência que os alunos do filme não tiveram para parar e reflectir sobre o movimento em que se estão a envolver, antes que o movimento os pare a eles?
E, se o que aconteceu no passado não é impeditivo para que aconteça novamente no futuro, então a Humanidade está a evoluir, permanecer no mesmo patamar ou entrar em ruptura?
Raquel Alves
(Aluna da profª Isabel Ramos)
Os jovens cuja vida parece não ter um significado nem um propósito sentem-se unidos por um objectivo comum quando o professor Rainer Wenger decide leccionar de forma diferente do método convencional, criando um movimento – que passaria a chamar-se “A Onda” – com o objectivo de demonstrar activamente como se constrói uma ditadura e quais os requisitos necessários e as suas características.
Embora no início os alunos tenham prontamente replicado que uma Alemanha Nazi nunca se poderia repetir dada toda a informação existente na actualidade, no decorrer do filme são os próprios alunos a evoluir para um movimento ditatorial que ultrapassa em tudo a sala de aula e o conhecimento do professor, pois começam a sentir que fazem parte de algo maior e mais unido, o que lhes dá confiança e a sensação de poder. Adoptam então por criar um símbolo, um cumprimento padrão e um estilo único para os membros do movimento, começando a excluir todos os que não pertencem àquela ideologia, sem sequer se aperceberem das implicações dos teus actos, de tão absortos que estão em submergir toda a Alemanha com a sua onda.
Assim, ao revelar uma geração de jovens que não tem nada para acreditar ou pelo qual há-de lutar, senão contra o sentimento de solidão, de infelicidade e a sensação de que são inúteis e de que não pertencem àquele país cuja carga histórica é enorme, compreende-se os ingredientes de que são feitas as grandes revoluções. Quando o Homem está infeliz, desorientado, descontente com toda a sua vida, procura a segurança de que existe algo melhor no futuro; procura um líder, procura controlo e certezas. Numa época em que tudo já foi inventado e a perspectiva de emprego não é risonha, os adolescentes lidam não só com os problemas hormonais e parentais, mas também com os problemas que a geração passada colocou nos seus ombros. Tudo isto contribui para a proliferação do sentimento de revolta e da necessidade de crer em algo superior, alguém que lhes diga o que fazer.
Tal como os jovens procuraram no professor um líder que lhes desse algo no qual pudessem acreditar e pelo qual pudessem lutar, existem em todo o planeta povos que precisam de voltar a sentir esperança de novo. Mas será que esses povos terão a consciência que os alunos do filme não tiveram para parar e reflectir sobre o movimento em que se estão a envolver, antes que o movimento os pare a eles?
E, se o que aconteceu no passado não é impeditivo para que aconteça novamente no futuro, então a Humanidade está a evoluir, permanecer no mesmo patamar ou entrar em ruptura?
Raquel Alves
(Aluna da profª Isabel Ramos)
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